Publicação “A Verdade Embutida” lançada na semana em que se celebra o Dia do Consumo Consciente destaca perigos escondidos nas carnes ultraprocessadas, como peito de peru, salsicha, linguiça, mortadela e presunto.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o consumo de apenas 50 g/dia de carne processada pode aumentar o risco de câncer colorretal em 18%, além de outros tipos de câncer, como de estômago, de pâncreas e de próstata. Por isso, recomenda-se evitar o consumo de carne processada como forma de se proteger da doença.
A publicação mostra que, na busca por uma alimentação mais saudável, é comum o consumidor ser induzido ao erro pela publicidade, que vende a ideia de que alimentos ultraprocessados são benéficos para a saúde, omitindo a presença de conservantes, corantes e aditivos em suas composições, que podem ser prejudiciais à saúde. A Alianima busca promover a reflexão dos consumidores para a razão de os embutidos serem mais acessíveis e posicionados como opção de proteína em detrimento de alimentos in natura, como acontece com a salsicha para a parcela mais pobre da população.
“Comercializar com preços baixos não compensa a falta de esclarecimento sobre os possíveis danos à saúde. Fora que contribui para o nutricídio, em que pessoas com menos condições financeiras acabam consumindo mais esses produtos.” explica Patrycia Sato, Presidente e Diretora Técnica da Alianima.
Os efeitos do descarte doméstico de comida são mais catastróficos do que você imagina, e é preciso contra-atacar essa cultura antes que seja tarde demais
Atestar que somos uma sociedade que desperdiça alimentos constantemente, apesar de inseridos em um contexto de fome nacional, é uma tarefa amarga, mas não complicada, afinal, basta uma breve conferida no lixo da sua casa ou na lixeira da rua para observar a quantidade de comida que não irá cumprir mais o papel de nutrir e sustentar. Grande parte da população que vive em situação de segurança alimentar e que desperdiça alimentos não foi educada a valorizar os mantimentos disponíveis, portanto, acaba muitas vezes jogando-osno lixo por muitos motivos, seja pela falta de planejamento ou por ignorar como utilizá-los e descartá-los da melhor forma. A má notícia é que essa falta de consciência traz consequências graves que extrapolam o ambiente doméstico.
O que comemos não chega aos mercados e feiras magicamente – é preciso sempre lembrar que uma série de recursos preciosos são utilizados na produção de alimentos, como terra, água, energia, dinheiro, mão de obra, entre outros que, quando desperdiçados, geram impactos de proporções trágicas, como aponta estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA): “o desperdício sobrecarrega os sistemas de gestão de resíduos e amplia a insegurança alimentar, contribuindo para as três crises planetárias: a mudança climática, a perda da biodiversidade e o aumento da poluição”. Ou seja, o desperdício gera impactos ambientais, sociais e econômicos significativos que precisam ser combatidos não só por empresas e governos, mas também pelos cidadãos, que têm papel fundamental nesse processo, já que a maior parte do desperdício acontece nas etapas de varejo e consumo. O relatório mostra que 931 milhões de toneladas de alimentos, ou 17% do total de alimentos disponíveis aos consumidores em 2019, são desperdiçadas no mundo anualmente, sendo 11% em domicílios e 5% e 2% em serviços alimentares e estabelecimentos, respectivamente.
Em todo o mundo, mais de 10% das pessoas passam fome e evidências sugerem que o problema que enfrentamos hoje não é a falta de alimentos. Pelo contrário, é um problema relacionado à ineficiência do sistema alimentar. Ao todo, perdemos um terço dos alimentos produzidos no mundo, cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos – entre a fazenda e a mesa, durante as etapas de armazenamento, transporte, processamento, embalagem, venda e preparo.
A população mundial deve crescer em duas bilhões de pessoas nos próximos 30 anos, e o desafio de alimentá-la é grande e envolve também o combate ao desperdício. Portanto, é importante que cada pessoa tome atitudes eficientes hoje para combatê-lo. Veja no vídeo 4 dicas de como evitar o desperdício de alimentos no dia a dia para que você faça a sua parte nessa luta.
Participante de 26% do PIB do país, o agronegócio não é garantia de comida suficiente e de qualidade no prato da população brasileira, que volta a enfrentar a fome.
Antes de explorarmos as três razões pelas quais o Agronegócio não é sinônimo de comida no prato, é importante definir o que significa segurança alimentar. De acordo com a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan), a segurança alimentar é definida como “a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis”. Quando esses ideais são comprometidos, surge a insegurança alimentar, que pode ser classificada como leve, moderada ou grave. Se estiver no nível grave, a pessoa está experienciando a fome.
Apesar do agronegócio não ser isoladamente responsável pelo aumento da insegurança alimentar, ele poderia facilitar o acesso de alimentos em todo o mundo. Além disso, manobras políticas que almejam a sua lucratividade deixam de fora questões relativas à soberania alimentar e a erradicação da fome. Veja então, três razões pelas quais o Agronegócio no Brasil não é sinônimo de comida no prato de todos os brasileiros:
COMMODITY NÃO É SINÔNIMO DE COMIDA NO PRATO
Uma estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que o mundo produz hoje mais de 2,74 bilhões de toneladas de grãos, e essa quantidade seria o suficiente para alimentar a população mundial. Porém, o agronegócio é um modelo que não tem a perspectiva principal de alimentar pessoas, e sim de produzir mercadorias para exportação de algumas culturas, as famigeradas commodities, que são matérias-primas básicas produzidas em larga escala, negociadas mundialmente e com grande valor comercial e econômico. Essas mercadorias servem de base para a fabricação de outros produtos com maior valor agregado.
Por exemplo, o Brasil é o maior produtor e exportador de soja, respondendo pela produção da metade da oleaginosa consumida globalmente. A safra nacional de soja em 2020/2021 foi estimada em 135 milhões de toneladas e bateu recordes de exportação em 2021, com 83 milhões de toneladas enviadas a outros países.
Pixabay
Nesse contexto, engana-se quem pensa que esse montante vai alimentar outras populações: conforme dados levantados pela AgroStat, das 135 milhões de toneladas de soja produzida pelo país, 12% foi exportada já processada como farinha e óleo, e os 55% dos grãos in natura produzidos e enviados para exportação também serão processados e utilizados para atender principalmente a demanda agropecuária – na engorda dos animais explorados na indústria alimentícia. Ou seja, apenas uma pequena parcela da soja in natura produzida nos 36 milhões de hectares de território brasileiro é destinada ao consumo direto das famílias brasileiras.
INFLAÇÃO E ESTAGNAÇÃO DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NÃO É SINÔNIMO DE COMIDA NO PRATO
Nesse contexto de maior lucratividade com a exportação de commodities, a produção de alimentos para o mercado interno é menos vantajosa. A produção nacional de arroz, por exemplo, tem permanecido estancada frente à elevação dos custos da indústria de alimentos durante a pandemia, à alta dólar e às baixas nas safras em decorrência de fatores climáticos, como as secas e geadas. Todos esses fatores justificam o aumento dos valores dos alimentos da cesta básica, o que deixa o acesso dos consumidores mais vulneráveis cada vez mais escasso.
Foto: Alex Capuano/CUT/Divulgação
Além disso, a produção de carne utiliza uma parcela muito grande de território – com o pasto e as monoculturas – que poderia ser ocupado pela produção de alimentos diversificados. O Brasil é o maior exportador de carne bovina no mundo, e mesmo assim, 67% dos brasileiros cortaram o consumo de carne vermelha por conta da inflação, do desemprego e do empobrecimento.
DESMONTE DA AGRICULTURA FAMILIAR NÃO É SINÔNIMO DE COMIDA NO PRATO
Você sabia que o presidente Jair Bolsonaro vetou quase integralmente o Projeto de Lei (PL) 735/20? O projeto dispunha de importantes medidas emergenciais aos agricultores familiares do Brasil para mitigar os impactos socioeconômicos da Covid-19. Em uma canetada, o presidente vetou desde o auxílio emergencial a esses trabalhadores até a renegociação e adiamento de dívidas e linhas de crédito emergenciais.
Se por um lado o presidente desvaloriza e desmonta políticas e programas de promoção da produção da agricultura familiar, por outro concede benefícios ao agronegócio, facilitando o acesso a créditos e financiando dívidas de grandes produtores rurais.
Foto: Agência Brasil
Esse enfraquecimento da agricultura familiar não é nada bom para a segurança alimentar, afinal a agricultura familiar ainda é responsável por garantir boa parte da alimentação da população brasileira. Dados da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) apontam que a agricultura familiar é responsável por 70% do que se consome no país, e diferentemente do que acontece no contexto do agronegócio, que prioriza a produção de commodities, na agricultura familiar o que predomina é a policultura, possibilitando pavimentar o caminho para a erradicação da fome (se com o apoio de políticas públicas).,
A insegurança alimentar é um grande desafio para o Brasil. Enquanto práticas que contribuam para a produção de diversidade de alimentos e a soberania alimentar não sejam aplicadas e asseguradas, teremos o aumento da fome. O agronegócio, pela sua potência inquestionável, deveria cumprir a máxima que diz “o agro brasileiro alimenta o mundo”, considerando a qualidade e o acesso aos alimentos, respeitando a democratização do uso de terras para outras produções, como as da agricultura familiar, e exigindo sempre uma distribuição justa de recursos. O agro só poderá ser considerado “pop” se for realmente pensado para a população.
E aí, o que você acha? Deixe seu comentário e vamos ampliar este diálogo.
A chegada de um novo ano é sempre uma oportunidade de mudança, de repensar hábitos antigos e de plantar sementes de boas intenções para um novo ciclo.
Com a pandemia, percebemos que estamos todos interconectados e que as nossas escolhas diárias exercem grande influência sobre o outro e o meio ambiente.
Então, que tal aproveitar esse momento de reflexão para adotar hábitos alimentares mais saudáveis e responsáveis?
Dar preferência a diferentes tipos de alimentos de origem vegetal e limitar o consumo de alimentos de origem animal contribui indiretamente para um sistema alimentar socialmente mais justo e menos estressante para o ambiente físico, para os animais e para a biodiversidade em geral.
Sabemos que deixar de consumir ou reduzir o consumo de alimentos de origem animal pode ser um desafio. Por isso, te convidamos a olhar para suas escolhas alimentares sob uma nova perspectiva e esperamos que estas dicas te inspirem no processo:
Amplie o seu leque de opções antes de fazer restrições
Uma boa dica antes de restringir grupos alimentares da dieta é incluir mais opções de vegetais, frutas e leguminosas no seu dia a dia, alimentos que devem ser a base da sua alimentação. Planeje suas compras e busque frequentar feiras e locais que comercializam variedades de alimentosin natura ou minimamente processados, dando preferência aos alimentos da estação e cultivados localmente.
Reduza o consumo de carnes e derivados aos poucos e lembre-se de que não há regras, vá no seu tempo e dentro das suas possibilidades. Você pode optar por retirar primeiro de uma refeição ou de algum dia da semana ou da forma que você se sentir mais confiante.
Informe-se!
Informação é poder e a internet pode ser uma ótima ferramenta para agregar conhecimentos sobre o tema. Uma alimentação à base de vegetais bem planejada e, se necessário, suplementada, é reconhecida mundialmente por órgãos internacionais de saúde como sendo saudável, nutricionalmente adequada e promotora de benefícios à saúde. Além disso, é uma forma efetiva de gerar menos impacto sobre o meio ambiente e de preservar os nossos recursos naturais, enquanto prevenimos o desenvolvimento das principais doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Se desejar se aprofundar sobre os benefícios dessa alimentação, busque por livros, documentários, especialistas sobre o assunto e se inspire em quem está percorrendo o mesmo caminho que você.
Outra dica útil é pesquisar locais que servem boas opções de pratos à base de plantas e de marcas de produtos isentos de componentes de origem animal.
Busque orientação de um profissional da saúde
O acompanhamento feito por um profissional da saúde capacitado, e que respeite a sua escolha, irá te ajudar a ajustar o plano alimentar de acordo com as suas necessidades e a sanar as dúvidas que surgirem ao longo do processo. É sempre bom estar com os exames em dia para avaliar a necessidade de adequação nutricional ou suplementação alimentar. É altamente recomendável que esse acompanhamento seja feito independentemente das escolhas alimentares, mas já que estamos falando em novos hábitos, é válido ressaltar esse ponto. Muitas pessoas que “comem de tudo” tendem a pensar que estão tendo uma alimentação balanceada, o que pode ser um tremendo equívoco!
Descubra novos sabores e seja criativo na cozinha
Busque por receitas que te inspirem e se permita testar novas combinações na cozinha. O mundo vegetal é um infinito de possibilidades e você vai descobrir deliciosos e diferentes sabores! É possível adaptar seus pratos favoritos sem ingredientes de origem animal e resgatar a memória afetiva de receitas de família apenas fazendo algumas substituições. Aprender a ler rótulos também é importante para se assegurar do que você está consumindo.
Seja pragmático e pegue leve com você mesmo
Para além de qualquer rótulo, cabe lembrar que as nossas escolhas são construídas diariamente. Buscamos não a perfeição, mas sim excluir, na medida do possível e do praticável, formas de exploração e crueldade contra os animais não apenas na alimentação, mas também no vestuário, em cosméticos, no entretenimento e em outras esferas de consumo. Explore alternativas mais éticas em outras áreas da sua vida e faça o que estiver ao seu alcance hoje.
Tomar atitudes que nos possibilitam viver de acordo com os nossos valores é uma baita resolução de ano novo, hein? Seja pelos animais, pelo meio ambiente ou pela sua saúde, o importante é identificar o que te motiva a fazer essa mudança e seguir em frente!
Você está pronto para dar o primeiro passo? Baixe aqui nosso e-book gratuito com receitas à base de vegetais e comece a se inspirar!
Projeto ‘Ceia sem Sofrimento’ da Alianima assinado pela chef Samanta Luz propõe festas mais éticas e acessíveis – e isso passa por pensar no que comemos.
Com a aproximação das festividades de fim de ano, é inevitável não pensar nos comes e bebes, não é mesmo? As ceias de Natal e Ano Novo são geralmente organizadas com antecedência, afinal, ninguém quer deixar de comemorar em grande estilo (e muito sabor!) com seus amigos e familiares.
Pensando nessas ocasiões, a Alianima lançou o projeto ‘Ceia sem Sofrimento – Por festividades mais éticas e acessíveis!’, com uma proposta de cardápio sem nenhum produto de origem animal, e financeiramente acessível, com ingredientes familiares à rotina da população brasileira. O projeto é composto por um e-book gratuito com menu completo e o passo a passo das receitas em vídeos.
O objetivo do projeto é mostrar que é possível festejar com sabor, ingredientes de qualidade, preços acessíveis e compaixão aos animais. “Acreditamos que o espírito de renovação do final do ano é um prato cheio para levar a ideia de um consumo responsável com os animais e com o meio ambiente à mesa de mais pessoas, sem deixar de lado o sabor que se espera experimentar nessas ocasiões festivas”, afirmou a diretora de comunicação da Alianima, Sylvia Rodrigues.
O material é assinado pela chef de cozinha vegana Samanta Luz, que tem formação em gastronomia, agroecologia e macrobiótica, e é, também, influencer digital, com um perfil no Instagram onde publica várias dicas sobre veganismo e alimentação consciente, além de ser multiplicadora do estilo de vida sustentável.
O final do ano se aproxima e, com ele, as comemorações e festas que marcam o período. É época de reunir os entes queridos, renovar os laços e de preparar uma deliciosa ceia para ser compartilhada com eles. Mas será que é possível realizar essa celebração sem ingredientes de origem animal?
Reprodução: Feel Good Fodie
Ao falar na ceia de Natal, lembramos logo do peru, do lombo e do tender, não é mesmo? A mesa tradicional é organizada sempre em torno de um assado, costume europeu e americano que logo foi incorporado à nossa cultura. E, talvez por isso, elaborar uma ceia à base de vegetais pareça uma tarefa difícil e tirar a carne do prato cause a sensação de faltar alguma coisa.
Mas e se os vegetais passassem a ser os protagonistas do prato? Nesse caso, ao invés de um prato principal, podemos ter várias preparações com a mesma importância e que se complementam. E claro, dá pra fazer isso trazendo sabores bem brasileiros. Bora tropicalizar a ceia?
Parafraseando a chef Bela Gil, você pode substituir a bacalhoada por batatalhoada, e os assados tradicionais podem dar lugar ao rocambole de lentilha com cogumelos, por exemplo. O tradicional salpicão à base de peito de frango pode ganhar uma releitura com jaca verde desfiada, já imaginou? Esse prato pode levar batata, cenoura, milho, ervilha, rabanete, maçã e o que mais a sua imaginação permitir. Uma boa pedida também é aproveitar os alimentos de forma integral, como a casca da maçã e a rama da cenoura.
E já que está aberta a temporada das passas, que tal adicionar banana passa à sua receita de farofa? Castanhas de caju, do Brasil ou de baru também são uma ótima pedida para dar sabor e crocância ao prato. E essa preparação cai bem com um purê que, para fugir do convencional, pode ser à base de banana da terra ou de raízes, como o cará ou a batata doce colorida. Hmmm, que fome!
Foto Otávio Pacheco
E você já ouviu falar em PANC? Por que não incorporar à ceia plantas alimentícias não convencionais, flores comestíveis e brotos de forma nutritiva, colorida e nada óbvia? A famosa salada de grão de bico ou feijão fradinho pode vir acompanhada de folhas, como as da taioba e ora-pró-nobis, e ornamentada com flores de capuchinha (que são comestíveis!).
A água do cozimento do grão de bico, a aquafaba, ainda pode dar origem a sobremesas incríveis, como mousses, coberturas para tortas e até um merengue para acompanhar frutas da estação caramelizadas ou as tradicionais rabanadas, que podem ser feitas sem ingredientes de origem animal.
Para quem é dos bons drinks, que tal uma batida de paçoca, com cachaça, leite vegetal e melado, ou uma famosa caipirinha com frutas da época? Outra boa pedida é um vinho nacional vegano, que tal?
É bem provável que existam uma ou mais adaptações vegetarianas das receitas às quais estamos acostumados, afinal, o mundo vegetal é um infinito de possibilidades!
Uma dica é fazer uma breve pesquisa e adaptar os pratos de acordo com o contexto cultural e regional da sua localidade. Apostando em novas combinações de cores e sabores, esperamos que a sua ceia seja um sucesso!
E mais do que isso, o espírito natalino e de renovação do final do ano é um prato cheio para estender nossa compaixão aos animais e gerar menos impactos negativos para o nosso planeta.
Uma infância vegetariana (e saudável) é possível e mais simples do que parece
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Cada vez mais famílias repensam seus hábitos e adotam uma alimentação ética, inspirando também seus filhos a fazerem escolhas alimentares mais conscientes e alinhadas com os seus valores. E há também muitas crianças que optam por não consumir animais por conta própria, ensinando um novo estilo de vida aos seus pais e familiares.
Mas será que é possível adotar uma alimentação ética desde a infância?
Sim, é possível! Segundo a Academy of Nutrition and Dietetics1 e o Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª região (CRN-3)2, a alimentação vegetariana pode ser adotada em todas as fases da vida, incluindo gestação, lactação e infância. Não é uma ótima notícia?
Uma dieta à base de vegetais bem planejada e, se necessário, suplementada, fornece todos os elementos necessários (exceto a vitamina B12) para o crescimento e desenvolvimento saudável de bebês e crianças, promovendo benefícios à saúde e prevenindo o desenvolvimento das principais doenças crônicas.
A recomendação do Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos3, publicado pelo Ministério da Saúde, é que as crianças vegetarianas, assim como as demais, sejam amamentadas por 2 anos ou mais e exclusivamente até os 6 meses.
Leite materno: o alimento indispensável na nutrição dos bebês
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O aleitamento materno deve ser sempre encorajado, pois o leite da mãe é o alimento ideal para a nutrição do bebê, sendo totalmente adaptado às suas necessidades nos primeiros estágios de vida. Além disso, não há diferenças significativas na composição do leite produzido por mães vegetarianas ou não vegetarianas4.
Na impossibilidade do aleitamento materno, há necessidade do uso de fórmulas infantis, feitas à base de leite de vaca, soja ou arroz. É importante ressaltar que o leite de vaca e os leites vegetais não devem ser oferecidos como substitutos ao leite materno ou às fórmulas infantis, por serem pobres em nutrientes e/ou calorias e não atenderem às demandas nutricionais dos lactentes5.
A partir dos 6 meses de idade, a introdução alimentar deve ser feita com atenção à escolha e à combinação dos alimentos, de modo a garantir uma alimentação variada e saudável, que atenda as necessidades da criança.
Sociedade Vegetariana Brasileira – Alimentação para bebês e crianças vegetarianas
Além da amamentação em livre demanda, frutas podem ser oferecidas nos lanches intermediários, mas as refeições principais (almoço e jantar) devem conter todos os grupos alimentares, com exceção das carnes, ovos e derivados, no caso das versões vegetarianas. Por isso, é necessário aumentar as porções de leguminosas (como os feijões) e adequar as de cereais (como o arroz) para atingir as recomendações nutricionais.
Fique atento: independente de serem vegetarianas ou não, todas as crianças devem ser acompanhadas por profissionais de saúde para monitorar o seu crescimento e desenvolvimento, bem como orientar sobre sua alimentação e sobre a necessidade de suplementação com vitaminas e minerais.
Para mais informações, assista à live que fizemos no ano passado com a médica pediatra, endocrinologista pediátrica e mãe Laura Ohana (@medicanavegana), que respondeu às dúvidas mais frequentes sobre o tema.
Referências
1. MELINA V, CRAIG W, LEVIN S. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics: Vegetarian Diets. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics. 2016;116(12):1970-1980. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27886704/>. Acesso em: 14 out. 2021.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 265 p. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/guia_da_crianca_2019.pdf>. Acesso em: 13 out. 2021.
4. AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS COMMITTEE ON NUTRITION. Breastfeeding; Formula Feeding of Term Infants; Nutritional Aspects of Vegetarian Diets. In: Kleinman RE, Greer FR. eds. Pediatric Nutrition, 7th Ed. ElkGrove Village, IL: America Academy of Pediatrics; 2014. p. 41-59; 61-81; 241-264.
5. SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. Departamento de Saúde e Nutrição. Guia alimentar para a família: Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade. 2018. Disponível em: <https://svb.org.br/images/livros/alimentacao-para-bebes-vegetarianos.pdf>. Acesso em: 13 out. 2021.
Decidir o que colocar no prato é uma decisão política a ser tomada diariamente por aqueles que podem escolher
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No mundo é produzido uma quantidade e diversidade de alimentos suficientes para saciar toda a humanidade: de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), são cerca de 2,5 bilhões de toneladas de grãos, entre soja, milho e trigo. Mas, infelizmente, grande parte do destino dessa produção é para a alimentação de animais de produção, como aves, suínos e bovinos, que depois são abatidos para serem vendidos como, justamente, alimento.
Para alimentá-los, usa-se em média cerca de dez vezes mais calorias do que o disponível na carne – ou seja, um desperdício de aproximadamente 90% das calorias oriundas dos cultivos vegetais usados para a alimentação desses animais. Esse destino do alimento para a pecuária tem acarretado muito sofrimento aos animais, prejudicando o meio ambiente e aumentando significativamente a parcela da população global que enfrenta a fome – que aumentou depois da pandemia de covid-19, atingindo 10% da população mundial. Começar a praticar uma alimentação mais ética é aspecto fundamental para a mudança dessa realidade.
We Animals Media
Quando você escolhe um alimento (se é que você pode fazer isso), não se trata apenas do consumo de comida e seus nutrientes. Todo um formato de produção e suas consequências são automaticamente aprovadas pelo consumidor, mesmo que isso ocorra sem seu conhecimento, e nesse processo fomentamos indústrias e práticas que nem sempre estão alinhadas com os nossos princípios éticos.
Portanto, para uma tomada de decisão mais consciente e para que esse momento de alimentação não seja apenas nutrição e paladar, é importante refletir sobre os hábitos alimentares e ter consciência deles. Essa reflexão pode proporcionar a sua mudança de comportamento, contribuindo para que o seu consumo seja coerente com o que você acredita. Para te dar um empurrão inicial, você pode começar refletindo sobre esses aspectos:
ANIMAIS NÃO SÃO MÁQUINAS
A forma como temos tratado os animais na pecuária não considera o bem-estar deles, e sim o lucro. Alterar suas características genéticas, alojá-los em gaiolas ou em galpões fechados, sem permitir que manifestem seu comportamento natural é tratá-los como máquinas que produzem comida, quando, na verdade, são indivíduos conscientes e com vontade própria. Fica difícil ingerir – e digerir – todo esse histórico de dor e sofrimento, não é mesmo?
SENCIÊNCIA ANIMAL É UMA REALIDADE
A senciência é a capacidade de sentir, ter experiências positivas e negativas. Ser capaz de receber e reagir a um estímulo de forma consciente. A ciência considera que pelo menos todos os animais vertebrados e alguns moluscos, como o polvo, são sencientes, sendo uma postura ética evitar, sempre que possível, seu sofrimento desnecessário.
VEGETAIS TÊM PROTEÍNAS
Não é necessário comer produtos de origem animal para obter proteínas. As proteínas são compostas de aminoácidos e não existe nenhum aminoácido essencial necessário ao organismo humano que não esteja presente em diversos alimentos vegetais. Considere dietas com uma presença maior de vegetais, e a redução, ou até mesmo a exclusão, de alimentos de origem animal.
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ACOMPANHE OS COMPROMISSO DA INDÚSTRIA
Ser um consumidor mais coerente passa por buscar informações das empresas fornecedoras de alimentos. Quanto mais transparente a empresa é sobre seus processos e compromissos, melhor. Para facilitar essa busca, acesse a plataforma Observatório Animal, e veja quais empresas já se comprometeram a adotar políticas de bem-estar de suínos e galinhas poedeiras.
Alimentar-se é um ato político. Coma com sabedoria.
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