Mais de 20 organizações de conservação do oceano e em defesa dos animais reiteram em carta aberta que peixes são seres são sencientes e devem ser protegidos através da conscientização dos consumidores.
Texto original versão em inglês

A vida na Terra só é possível graças aos oceanos, já que eles produzem a maior parte de oxigênio da atmosfera e absorvem um terço das emissões de dióxido de carbono. Apesar da sua evidente importância para a manutenção da vida no Planeta, os animais marinhos, essenciais para a biodiversidade desse ambiente, estão sob grave ameaça humana.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 93,8% das populações de peixes estão sendo pescadas no limite máximo absoluto sustentável ou acima dele. Enquanto aproximadamente 100 bilhões de animais aquáticos são criados em cativeiro, estima-se que algo entre 2 e 3 trilhões são capturados na natureza para satisfazer a crescente demanda de consumo alimentar humano. Esses números são 35 vezes superiores ao de todos os animais terrestres criados no planeta. É inegável que estamos negligenciando a qualidade de vida dos animais aquáticos – e eles estão sentindo.

Evidências apontam que peixes têm capacidade de sentir dor e sofrer igual aos seus primos terrestres, ou seja, eles também são seres sencientes. Além de práticas dolorosas aos animais, a exploração predatória (sobrepesca) é responsável por dizimar populações inteiras de peixes e outros animais marinhos que podem caminhar rumo à extinção total, gerando desequilíbrio em todo o sistema.
As pautas de bem-estar animal pouco consideram esses animais, e o consumidor final, parte essencial do sistema, não sabe o que está acontecendo.
Existem soluções:
Este cenário crítico desencadeou um movimento liderado pela Aquatic Life Institute (ALI) com a formação da primeira aliança do mundo criada para defender o bem-estar dos animais aquáticos. A Aquatic Animal Alliance (AAA) é formada por mais de 20 organizações internacionais, incluindo a Alianima.
A aliança acredita que uma ação urgente é necessária para mudar a forma que pensamos sobre a fauna aquáticas e começar a levar em consideração o bem-estar destes animais Para tanto, é indispensável a contribuição dos consumidores para pressionar os produtores e exigir legislações e certificações criteriosas para construir um sistema sustentável de produção alimentar o mais rápido possível.
A carta aberta redigida pela coalizão sobre o tema, explica como os consumidores podem ajudar a garantir o bem-estar dos peixes e da vida marinha. Por exemplo:
– Comece a enxergar os animais como indivíduos, e não como estoque;
– Se você puder, substitua os produtos de origem animal por opções nutritivas à base de plantas;
– Se você não puder fazer isso, reduza seu consumo de peixes o máximo possível;
– Compartilhe esta ideia nas suas redes e círculos sociais, para que mais pessoas fiquem conscientes desse problema que é de todos nós.
Saber o impacto que nossas escolhas alimentares têm no mundo é o primeiro passo para uma vida mais justa para todos os seres.
O mar não é infinito. E seus habitantes também não.
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