o que é um chester

Afinal, o que é um chester?

Você já viu algum chester vivo? Seria um tipo de frango? Ou apenas uma marca? Desmistificamos aqui todos os mistérios que rondam esse animal, fruto de seleção genética, consumido vastamente nas ceias natalinas brasileiras.

A forma como celebramos o Natal no Brasil é muito curiosa, já que, mesmo com as altas temperaturas, decoramos a casa com pinheiros e flocos de neve, sempre na esperança que o bom velhinho traga – via chaminé que não possuímos – presentes embrulhados com papéis bonitos que rasgamos e jogamos no lixo. O ponto alto dessa celebração que absorveu muito da cultura norte-americana e europeia é a mesa da ceia, geralmente composta por várias opções de carne animal assada, como o peru, o lombo, o tender e o…chester! Esse último, o chester, é um popular advento nacional, mas que assim como outros produtos oriundos de animais de produção, apresenta problemas de bem-estar animal na sua cadeia produtiva por conta da seleção genética e das condições de confinamento.

o que é um chester
Reprodução Google

Para acabar logo com o mito: o Chester® é uma marca registrada da Perdigão. Trata-se da mesma espécie que o frango convencional, só que maior. Com o objetivo de disputar mercado com o peru da Sadia, que na época era concorrente da Perdigão (hoje as duas marcas são da BRF), o Chester é originado de uma seleção genética que promove o crescimento da região do peito maior que o natural e, segundo a fabricante, essa ave tem 70% da carne concentrada no peito e nas coxas. 

O grande problema é que a engenharia genética seleciona características desejáveis para maior produtividade e lucro, e essas intervenções atrapalham o desenvolvimento natural dos animais, gerando problemas locomotores (ósseos e articulares) dolorosos, sobrecarga de coração e pulmões, lesões de pele e nas patas. Isso faz com que as aves deixem de comer e interagir decentemente durante sua curta vida. O abate não foge muito do que acontece com os frangos da indústria alimentícia: o “chester” é abatido com mais ou menos 60 dias de vida, enquanto o frango “comum” é abatido aos 42 dias. 

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Por 40 anos (até 2020!), a Perdigão não divulgou imagens de um “chester vivo”, o que gerou muitas especulações e incutiu no imaginário coletivo a ideia de uma espécie de animal única, uma iguaria indispensável, reforçando com essa falta de transparência a dissociação da carne que encontramos nos congeladores dos supermercados com um ser vivo – e nesse caso, um ser vivo selecionado geneticamente que provavelmente sofreu muito para chegar até a nossa mesa enfeitada com pinhas natalinas. 

Que tal repensar sobre a necessidade do chester e todo produto de origem animal na sua ceia? O reino vegetal apresenta diversas opções que farão a sua celebração ser mais acessível para a realidade brasileira e sem sofrimento animal. Baixe agora o e-book “Ceia sem Sofrimento”, um projeto da Alianima em parceria com a Chef Samanta Luz, que apresenta, gratuitamente, um Menu completo 100% vegetal para as celebrações de fim de ano.

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ALIANIMA LANÇA CAMPANHA “O FUTURO É LIVRE DE GAIOLAS”

Campanha “O Futuro é Livre de Gaiolas” em prol dos animais explorados na indústria alimentícia pretende buscar mais aliados para a causa 

Ninguém, absolutamente ninguém, deseja viver uma vida de confinamento, privações e sofrimento, não é mesmo? E não faltam provas científicas que comprovam que os animais explorados na indústria alimentícia também não desejam passar por tamanha desventura, e que sofrem quando maltratados e abatidos. Acontece que esses animais não conseguem se defender, e precisam da nossa ajuda para saírem das gaiolas, redes e celas em que foram confinados. 

Porcos, galinhas, frangos, peixes e bois e vacas são animais que, em sua maioria, nascem e morrem em sistemas de produção. Visando a lucratividade, esses animais são muitas vezes submetidos pelos produtores a práticas que não consideram seu bem-estar, como confinamentos cruéis e que condenam suas vidas ao sofrimento e privação constantes. Entretanto, esses animais de fazenda são dificilmente beneficiados por doações dentro da causa animal, onde os animais de companhia, como cães e gatos, são os mais beneficiados. Além disso, a atividade pecuária está intimamente ligada à degradação do meio ambiente, ao aquecimento global e ao aparecimento de epidemias e até pandemias. 

Foi por essas razões e incentivados pelo Dia de Doar 2021 que a Alianima lançou o seu primeiro financiamento coletivo: “O Futuro É Livre de Gaiolas”. O objetivo financeiro da campanha é cobrir todos os gastos audiovisuais da Alianima no próximo ano – recurso cada vez mais indispensável para dar visibilidade aos animais. Além disso, queremos que cada vez mais pessoas conheçam nossa causa e espalhem a mensagem da campanha por aí. As pessoas que doarem recebem recompensas maravilhosas com a arte exclusiva da ilustradora Bruna Martins

Para que o nosso trabalho continue existindo, é imprescindível a doação de pessoas que queiram fortalecer ativamente a causa dos animais explorados na indústria alimentícia. Doar para essa causa é uma afirmativa para galgarmos uma visão antiespecista e não-antropocêntrica na política dos direitos dos animais, e aí sim garantir um #FuturoLivreDeGaiolas para todas, todos e todes!

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De onde vem o ovo? Conheça os sistemas de produção

Escolher ovos considerando o sistema de produção que contemple bem-estar das galinhas é primordial para quem busca uma alimentação mais ética 

Unsplash

Consumir ovos no Brasil não é tarefa difícil: você os encontra nas prateleiras do mercado, na feira, nas kombis pelas ruas, e em variados tipos, cores e preços. Com o aumento expressivo do preço da carne nos últimos anos, esse tipo de alimento virou protagonista em muitos lares brasileiros, tendo batido recorde do consumo em 2020 – em média 251 ovos por pessoa – número maior do que a média do cidadão mundial. Portanto, conscientizar-se sobre os diferentes sistemas de produção desse setor é cada vez mais urgente, principalmente por conta das galinhas poedeiras. 

 Em 2019, o sistema convencional de produção de ovos, ou seja, proveniente de galinhas em gaiolas em bateria (empilhadas), era correspondente a 99,5% do mercado. Gaiolas são um ambiente totalmente inadequado para manter as aves (ou quaisquer animais vivos). Na indústria de ovos são mantidas em média 15 aves por metro quadrado, o que corresponde a menos de uma folha A4 para cada uma. Esse sistema visa o lucro e desconsidera as aves, que nessas condições, sofrem com lesões, doenças e distúrbios comportamentais. Além desses graves problemas de manejo, cada galinha bota cerca de 300 ovos por ano, mais que o dobro do que é produzido por galinhas criadas no sistema caipira, o que apenas reitera como os processos convencionais são dolorosos e antinaturais. 

We Animals 

Se você ainda consome ovos é importante levar em consideração as problemáticas dos sistemas de criação das galinhas e estar atento para escolher as que ferem menos o bem-estar desses animais. A identificação da forma como são criadas está (ou deveria estar) na embalagem dos ovos, facilitando nosso reconhecimento rumo a uma alimentação eticamente positiva. Lembrando que a cor da casca dos ovos não tem esse poder. Também é interessante ficar de olho nas empresas que vêm se comprometendo a não utilizar mais ovos e/ou derivados originados de galinhas alojadas em gaiolas. Veja a lista no Observatório Animal. 

Então, antes das suas próximas compras, conheça os diferentes tipos de criações de galinhas poedeiras: 

🥚 Ovos convencionais: Galinhas que passam 100% da vida produtiva em gaiolas empilhadas 

🥚 Ovos livres de gaiolas: Galinhas em galpões, porém, soltas. Há poleiros, ninho e terra, recursos essenciais para essa espécie.

🥚 Ovos caipiras: Galinhas de raças rústicas livres de gaiolas e com acesso à área externa. O uso de medicamentos, como antibióticos, é restrito.
🥚 Ovos orgânicos: Galinhas livres de gaiolas e com acesso à área externa. Sua alimentação é basicamente orgânica e há uma lista bem restrita de medicamentos que podem ser administrados.

We Animals Media

Se possível, considere formatos de produção que contemplem o bem-estar animal ou mesmo reduzir ou eliminar o ovo da dieta. Opções no mundo vegetal não faltam, e as galinhas agradecem.