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Petição propõe regramento para a seleção genética dos frangos

Encabeçada pela Alianima, o documento endereçado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) propõe a regulamentação de critérios que proporcionem um ritmo de crescimento dos animais mais próximo do natural

O Brasil detém o título de maior exportador de carne de frango do mundo, ocupando a terceira posição no quesito produção, com uma cifra que supera a marca de 16,6 milhões de cabeças abatidas diariamente (IBGE). O que poderia ser motivo de orgulho esconde os efeitos cruéis do uso do melhoramento genético pela indústria da carne de frango. 

A tecnologia de seleção genética de frangos criados para abate consiste no cruzamento de aves com a seleção de características mais desejáveis, para que as próximas gerações tenham um ganho genético que proporcione um aumento da produtividade das granjas, com menor custo e maior rapidez. Na seleção, são priorizados o desenvolvimento da musculatura de peito e coxa, consideradas as partes mais lucrativas, além de induzir um crescimento acelerado dos frangos, em um ritmo até três vezes mais rápido que o natural. 

Na década de 50, um frango levava cerca de 70 dias para atingir um peso de 905g. Hoje, são necessários apenas 42 dias para que o animal passe de 60 gramas para 3 kg, peso considerado pela pecuária como ideal para o abate. O problema é que esse crescimento antinatural produz diversas sequelas aos animais, dado que os órgãos vitais e a estrutura óssea não acompanham o crescimento acelerado, levando as aves a apresentarem doenças metabólicas e locomotoras.

O excesso de peso pode provocar deformação nas pernas impedindo as aves de ficarem em pé e se locomoverem, impossibilitando-as de chegarem até comedouros e bebedouros, fazendo com que elas passem fome e sede. Fraturas e problemas de articulação também são frequentes. O coração e os pulmões são sobrecarregados com os músculos aumentados, provocando a morte súbita dos animais. Lesões de pele e patas também são comuns devido ao sobrepeso. 


O Brasil possui algumas definições legais sobre bem-estar animal, como instruções normativas que estabelecem normas de abate, mas não há regulamentos quanto à seleção genética. Para mudar esse cenário que, além de ineficaz, desconsidera mínimos padrões éticos em relação aos animais, as organizações de proteção animal Alianima, Animal Equality, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Humane Society International, Mercy For Animals, Proteção Animal Mundial (World Animal Protection) e Sinergia Animal lançaram uma petição para solicitar que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) regulamente a seleção genética dos frangos, oferecendo aos animais o direito a crescer em um ritmo mais próximo do natural, proporcionando melhorias em questões de saúde e bem-estar.

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