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12 de setembro, 2024

o que o aumento do câncer colorretal precoce tem a ver com o uso excessivo de antibióticos na suinocultura?

Nos últimos anos, uma tendência alarmante tem preocupado especialistas: o aumento significativo de casos de câncer colorretal entre pessoas com menos de 50 anos. Tradicionalmente associado a indivíduos mais velhos, o câncer colorretal agora cresce de maneira assustadora em uma população mais jovem. Embora as causas ainda não estejam totalmente claras, diversos estudos apontam para possíveis fatores, como a dieta rica em ultraprocessados, o sedentarismo e o uso indiscriminado de antibióticos, tanto na medicina humana quanto na pecuária. 

Foto: Canva e Canva IA

Uso de antibióticos na suinocultura

O Brasil ocupa a posição de quarto maior produtor e exportador de carne suína no mundo, um setor que se destaca pelo uso intensivo de antibióticos. Infelizmente,  o setor no país não reporta publicamente o uso desses medicamentos, o que levanta sérias preocupações tanto para a saúde humana quanto para a animal

O uso indiscriminado desses medicamentos na suinocultura é uma prática comum, adotada para mitigar problemas resultantes de condições inadequadas de criação, como superlotação e ambientes insalubres. Ou seja, em vez de resolver os problemas estruturais, os antibióticos apenas os mascaram. 

Na suinocultura, os antibióticos são comumente usados para três principais finalidades: 

  • Promover o crescimento dos animais; 
  • Prevenir doenças causadas por condições de criação inadequadas;
  • Tratar infecções. 

Exceto no tratamento de infecções diagnosticadas, o uso desses medicamentos não é recomendado e, felizmente,  já existem alternativas sendo testadas e com resultados promissores, como melhorias na biossegurança e uso de eubióticos, nutracêuticos e minerais. 

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Um problema de Saúde Única 

Cerca de 75% dos antibióticos vendidos globalmente são usados na pecuária, especialmente na produção de suínos, bovinos e frangos. O uso excessivo desses medicamentos favorece o surgimento de bactérias resistentes – as chamadas superbactérias – inclusive se houver resíduos dos antibióticos na carne, já que muitos desses fármacos são também utilizados para tratar doenças em humanos. 

O que são superbactérias? 

Superbactérias são cepas bacterianas que desenvolveram resistência a vários antibióticos. Elas podem sobreviver e se multiplicar mesmo na presença de medicamentos antimicrobianos, tornando o tratamento de infecções mais desafiador, tanto em animais quanto em humanos. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 700 mil pessoas morrem por ano em decorrência de infecções causadas por superbactérias. No Brasil, esse número chega a 20 mil mortes anuais. 

Quais são as soluções? 

Diante desse cenário preocupante, é urgente que o uso de antibióticos na pecuária seja rigorosamente controlado e monitorado. No Brasil, iniciativas como o relatório anual da Alianima, o “Observatório Suíno”, estão questionando as práticas de empresas comprometidas com o bem-estar animal e promovendo a transparência no uso de medicamentos na suinocultura. 

Para garantir a segurança alimentar e proteger a Saúde Única, é essencial implementar políticas que limitem o uso de antibióticos e garantam um controle mais rígido e eficaz.

Saiba mais sobre esse assunto nesta cartilha que elaboramos sobre o assunto. 

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Imagem: Freepik

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