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17 de julho, 2025

Apenas 4 de 17 supermercadistas avançam com o compromisso de ovos livres de gaiolas, aponta Observatório do Ovo

2ª edição do Observatório do Ovo, elaborado por nós da Alianima, revela que 35% dos supermercadistas avaliados não reportaram qualquer número referente à evolução dos compromissos assumidos — alguns dos maiores do país sequer possuem compromisso com o bem-estar animal.

Apesar da crescente visibilidade do bem-estar animal e de avanços pontuais no setor varejista – como o aumento no conhecimento do consumidor, o engajamento de grandes redes e a adesão de algumas empresas aos compromissos públicos –, a transição brasileira para sistemas mais éticos de produção de ovos ainda ocorre de forma lenta e desigual.

A constatação vem da 2ª edição do Observatório do Ovo, que desde 2020 acompanha a evolução dos compromissos corporativos de bem-estar animal no país. O levantamento revela que, embora haja avanços pontuais, como a adesão de grandes redes, o cenário geral ainda é marcado por falta de transparência e descumprimento de metas.

observatório do ovo

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Atualmente, o Brasil soma 160 compromissos públicos de empresas dos setores de alimentação e hotelaria com a meta de utilizar ou vender exclusivamente ovos produzidos por galinhas livres de gaiolas até 2030 – ou antes. Em 2024, o setor supermercadista representou 9,12% do PIB nacional, atendeu mais de 30 milhões de consumidores em mais de 424 mil lojas, mas apesar disso, apenas 4 das 17 redes mencionadas no relatório completaram a transição: Casa Santa Luzia, Empório Varanda, Cia Beal de Alimentos e St. Marche.

A maior parte dos supermercados comprometidos (79%) ainda possui prazos até 2028, mas não demonstrou avanço significativo em relação ao ano anterior – 35% das redes não reportaram nenhuma evolução, embora esse número tenha sido alarmante em 2024 (53%). 

“É fundamental que o primeiro passo para demonstrar transparência com as políticas assumidas seja manter o compromisso público e reportar anualmente seus avanços, para consumidores, fornecedores e toda a sociedade”, afirma Maria Fernanda Martin, gerente de relações corporativas e bem-estar animal da Alianima.

Apesar de algumas redes terem assumido compromissos públicos, ainda há um número significativo de grandes supermercados que não respondem aos questionários ou não divulgam avanços concretos. Redes como Supernosso, Mercadinhos São Luiz e Záffari, por exemplo, possuem compromissos assumidos, mas não apresentaram evolução nem responderam aos levantamentos, o que dificulta o acompanhamento de suas implementações.

Outras empresas de grande porte seguem sem compromissos declarados e tampouco respondem às iniciativas de monitoramento, o que evidencia uma resistência à transparência e à adoção de práticas voltadas ao bem-estar animal. Também chama atenção o caso da rede Oba Hortifruti, que manteve seu compromisso no ar até 2023, mas até hoje não o exibe publicamente.

Um dado preocupante levantado pelo relatório diz respeito à desigualdade regional no acesso a produtos que contemplam o bem-estar animal: as Regiões Norte e Nordeste seguem enfrentando grandes dificuldades de abastecimento, por conta da logística limitada, baixa oferta de fornecedores e demanda ainda incipiente. Isso compromete a possibilidade de expansão da oferta em todo o território nacional e escancara a necessidade de engajamento de produtores e governos locais para que sistemas livres de gaiola se tornem viáveis. 

Apesar desse cenário, o relatório aponta que aproximadamente 71% dos respondentes declararam conhecer certificações de bem-estar animal aplicadas à produção de ovos de galinha. 

“A pressão da sociedade civil e o engajamento de algumas empresas mostram que há caminhos possíveis. Mas para que o mercado de ovos livres de gaiolas avance de forma consistente, é preciso que os compromissos saiam do papel e ganhem escala, com transparência, metas claras e envolvimento de toda a cadeia, do produtor ao ponto de venda”, reforça Maria Fernanda.

A Alianima entende a importância de monitorar a evolução dessas empresas, e trazer transparência ao processo de transição. “A divulgação dos resultados permite identificar os principais pontos que podem ser trabalhados e melhorados, para que haja uma transição bem sucedida para ovos livres de gaiolas, e oferecer suporte técnico com base em nossa expertise em bem-estar animal”, conclui a porta-voz.

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Imagem: Freepik

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